UMA QUESTÃO DE MENTALIDADE

Os líderes, nos dias que correm, para serem bem-sucedidos a médio e longo prazo necessitam de adoptar uma mentalidade de crescimento e abertura em vez de se focarem apenas na concretização de objetivos.

Em tempos incertos a necessidade de liderança aumenta

O mundo está a mudar a um ritmo exponencial. Isto significa que a liderança é mais necessária que nunca. Em tempos de estabilidade é muito fácil sobreviver apenas com managers, no entanto, quando nos deparamos com o desconhecido, necessitamos de líderes fortes, abertos e curiosos que nos guiem através da dúvida e da incerteza.

A mentalidade do líder é crítica para o sucesso a longo prazo

Infelizmente, existem muitas pessoas em posições de liderança que, por terem uma mentalidade fixa, não mudam de acordo com as necessidades, boicotando o trabalho das suas equipas, os resultados a longo prazo e, consequentemente, o seu próprio sucesso.

Pesquisas realizadas na Universidade de Stanford pela psicóloga Carol Dweck, revelaram que as pessoas assumem uma de duas teorias acerca da natureza da inteligência e da habilidade.

Mentalidade fixa: os Inatistas

Os inatistas acreditam que as suas habilidades são fixas. Assumem que o talento é inato e que apenas têm aquela inteligência, criatividade ou charme e que não há nada a fazer sobre isso. Focam-se na performance, em objetivos e em resultados. Noutras palavras o seu principal foco está em fazerem boa figura e em serem reconhecidos pelos outros.

As pessoas com este tipo de mentalidade não veem valor nem propósito no esforço e acreditam que apenas é necessário quando não se é bom o suficiente. Esta investigação demonstrou também que as pessoas com este tipo de mentalidade evitam situações desafiantes com frequência, ficam desencorajados quando erram, tornam-se defensivos quando são alvo de feedback ou de críticas e sentem-se ameaçados pelo sucesso dos outros.

Os inatistas evitam todos os ingredientes-chave para se desenvolverem

As pessoas com mentalidade fixa não se esforçam pois não acreditam que podem mudar e não avançam para novos desafios ou desistem quando as coisas ficam difíceis porque não querem fazer má figura. Os desafios para eles são ameaças. São desencorajados pelos erros e detestam críticas e feedback, pois, na sua concepção, são sinais de que estão a fazer má figura perante os outros.

Tudo isto confirma a sua visão determinística do mundo, fazendo com que em geral se acomodem cedo e não realizem o seu potencial.

Mentalidade de crescimento: os Incrementalistas

Os incrementalistas, por outro lado, acreditam que a natureza das suas habilidade e inteligência é flexível, o que os leva a ter um desejo ávido pela aprendizagem e por novos desafios. Tendem a focar-se no processo de melhoria, em vez de se focarem em objetivos ou resultados.

Veem o esforço como algo muito positivo e uma importante parte do processo de aprendizagem; têm uma grande propensão para abraçar novos desafios e para se esforçarem para ultrapassarem obstáculos. Veem os erros como oportunidades de crescimento e aprendem muito com o feedback e com as críticas. O sucesso dos outros é inspirador e oferece-lhes inúmeras oportunidades de aprendizagem.

Os incrementalistas atingem elevados níveis de realização

As pessoas com uma mentalidade de crescimento, acreditam que o esforço e os novos desafios são fundamentais para o seu desenvolvimento. Os erros e contratempos dão-lhes pistas específicas para o que têm que aprender. O feedback é bem recebido devido à avidez que têm de perceber o que estão a fazer mal e o que têm que corrigir para evoluir.

Como seria de prever, os incrementalistas atingem elevados níveis de realização e uma maior sensação de livre arbítrio.

Os inatistas tendem a justificar-se com causas externas

Pelo facto de os inatistas terem a convicção que as suas habilidades não mudam e de se focarem em objetivos fixos e no tempo que vão demorar a atingi-los, são muito mais suscetíveis de ficarem ansiosos quando as coisas não correm bem, pois para eles a concretização de objetivos é a única forma de fazer boa figura perante os outros. Por essa razão, quando as coisas não correm bem, justificam-se com causas externas (outras pessoas, níveis de dificuldade ou falta de recursos) para dar a impressão que não tiveram qualquer participação na falha.

Os incrementalistas  focam-se no seu crescimento e no dos outros.

Por outro lado os incrementalistas, quando as coisas não correm bem, justificam os seus piores desempenhos com aspectos internos como esforço insuficiente, falta de conhecimento, estratégia errada ou mau planeamento. Desta forma, como se focam em aspectos que controlam , não sofrem de ansiedade e garantem que a sua energia é canalizada para a melhoria dos aspectos que diagnosticaram e que os levarão a uma melhor performance na próxima oportunidade.

O mindset dos grandes líderes.

Normalmente, as pessoas em posições de liderança que mantêm mentalidades fixas, tendem a querer sobressair e a competir com os outros em vez de os aplaudir.

Por outro lado, líderes com uma mentalidade de crescimento, focam a sua atenção nos outros para perceber como os incentivar e alimentar as suas iniciativas. Conscientemente valorizam os esforços e as ideias dos outros enquanto trabalham continuamente no seu próprio crescimento e nos seus objetivos pessoais. Esta abertura, curiosidade, flexibilidade e altruísmo ajuda a criar uma cultura de compromisso e confiança em que todos percebem que são valiosos para a organização.

A mentalidade também é uma decisão

Poucas coisas podem melhorar tanto a sua capacidade de liderança como a adopção de uma mentalidade de crescimento. Aconselho-o vivamente a incorporá-la no seu dia-a-dia. Fazer uma mudança de mindset pode requerer algum trabalho e atenção, no entanto, se o fizer, garantirá pessoas felizes e motivadas, equipas engajadas e resultados sérios a longo prazo.

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