Há dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca. Motivadores extrínsecos motivam no curto prazo. Motivadores intrínsecos motivam no longo prazo.

A ideia de conquistar a felicidade é um motivador central. No entanto, os caminhos que pensamos que nos podem levar lá – acumular bens materiais e perseguir ganhos monetários – são frequentemente becos sem saída. A ciência tem demonstrado continuamente que forças externas – um cheque gordo ou mesmo um Porsche novo – não nutrem a motivação a longo prazo. Antes pelo contrário.

Imagine que promete aos seus colaboradores um bónus de €300,00 se escreverem mais 15 emails do que o habitual. Não há duvida que vão escrever os 15 emails e receber o dinheiro. Mas será que trabalhariam como uns loucos no dia seguinte sem o mesmo incentivo monetário?

Isto foi exatamente o que o investigador Dan Ariely testou na sua experiência de 2013 ao oferecer dinheiro extra a empregados responsáveis pela montagem de chips na Intel. Tudo o que tinham que fazer era prometer que iriam atingir uma determinada quota no fim do dia e o dinheiro ser-lhes-ia imediatamente entregue.

O incentivo e a Motivação

O incentivo resultou, no entanto, no dia seguinte, a produtividade baixou para os níveis normais. Como não estavam a receber dinheiro extra não tinham motivos para continuar a trabalhar melhor e mais depressa.

A conclusão deste estudo (e de muitos outros estudos similares) é simples: os motivadores externos não são sustentáveis. Apenas motivadores intrínsecos permitem que trabalhemos arduamente no longo prazo, como, aliás, foi demonstrado na experiência seguinte.

Foi dito aos mesmos empregados que iriam receber uma mensagem a dizer ‘muito bem’ se excedessem um certo numero de unidades nesse dia. Isto motivou os participantes a fazerem mais chips do que o normal. Mas, o mais interessante é que nos dois dias que se seguiram, apesar de produzirem um pouco menos, os participantes produziram bastante mais do que no mesmo período a seguir à experiência com o incentivo monetário. Mantiveram-se motivados para produzir porque o elogio ‘muito bem’ lhes deu uma sensação de bem-estar associada a um significado (que o seu trabalho é importante) mantendo-os motivados.

Estas experiências demonstram que a motivação pode derivar de várias forças, sendo a principal o significado. Se der mais atenção às suas pessoas e reconhecer regularmente o seu trabalho, garantirá uma força de trabalho mais feliz, engajada e produtiva. Fácil!

Marco Meireles

P.S. Se necessitar de algum esclarecimento adicional ou se lhe puder ser útil em alguma coisa não hesite em contactar-me: [email protected].

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